sábado, 26 de janeiro de 2013

Causas e tratamentos da lombalgia, segunda doença mais incidente no mundo.


A dor lombar crônica, mais conhecida como lombalgia, é a segunda doença de maior incidência mundial, perdendo apenas para o resfriado. É uma dor que começa abaixo do tórax, especificamente entre a última costela e a prega das nádegas. É uma síndrome com várias causas, podendo ser decorrentes de problemas no músculo, ossos, disco e das articulações, e com a possibilidade de se tornar crônica quando ultrapassa três meses de duração.
A dificuldade de diagnóstico está na identificação da estrutura anatômica e o mecanismo da dor. Hoje, 15% das lombalgias podem ter seu mecanismo definido e as 85% restantes são classificadas como lombalgias mecânicas comuns por falta de definição da origem da dor.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a lombalgia é considerada como o principal problema médico nos países ocidentais industrializados. Dados da OMS mostram que até 70% das pessoas com mais de 40 anos apresentam algum tipo de problema de coluna e este número sobe para 80 a 90% na população acima dos 50 anos. O número de pessoas com queixa de lombalgia vem acompanhado do aumento da expectativa de vida da população, que ficava em 60 anos e subiu para 75 anos. Muitos governos ainda não se conscientizaram para esta verdadeira "epidemia" de uma séria doença crônica.
A cronificação da dor é um fenômeno mais recentemente estudado, e hoje se sabe que ela apresenta mecanismos diversos da dor aguda. O processo de sensibilização central da dor está profundamente envolvido na geração de uma dor crônica. Este processo implica que existe, com o tempo, uma mudança no funcionamento de nervos, medula e cérebro, mantendo e, mais do que isso, amplificando o estímulo doloroso.
Para o tratamento de dor crônica, especialmente aquela proveniente do sistema músculo-esquelético, os exercícios físicos são fundamentais, a fim de conservar a musculatura e manter um bom condicionamento físico.
Além dos analgésicos convencionais, a novidade no tratamento das lombalgias crônicas está na abordagem da sensibilização central, providenciando alívio sintomático e sustentação para os programas de medicina física e reabilitação.
Para o tratamento deste problema a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a duloxetina, um antidepressivo dual com eficácia analgésica comprovada. O medicamento age na recaptação da serotonina e noradrenalina e tem ação de estimular um sistema endógeno, isto é, já existente normalmente no cérebro, que suprime a dor. Além de atuar na inibição da sensibilização central, este composto também age no humor do paciente, geralmente alterado em função do sofrimento crônico. Hoje, este medicamento ainda não é fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas o tratamento convencional pode ser encontrado na rede pública de saúde.
Retirado da Revista Veja

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