quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Obesidade. Conheça mais esta condição.


O que é obesidade?
obesidade é o aumento da reserva natural de gordura que leva as pessoas a apresentarem um peso corporal superior àquele considerado normal para a sua compleição física e para determinada faixa etária. Esse aumento de gordura é fruto de hábitos alimentares inadequados ou de certas doenças, geralmente endócrinas, e tem repercussões às vezes graves sobre a saúde geral das pessoas. Embora afete o ser individual, a obesidade tem acometido cada vez mais pessoas a ponto de se tornar em alguns países um problema de saúde pública. Ela pode acometer os indivíduos desde a infância ou ser adquirida mais tardiamente. É importante que as crianças desde cedo formem hábitos alimentares saudáveis porque depois de adquirirem costumes inconvenientes é muito difícil alterá-los e porque criam células adiposas em excesso, que se tornam depósitos adicionais de gordura.
Do ponto de vista objetivo, a obesidade é diagnosticada a partir do índice de massa corporal (IMC), calculado pela divisão do peso em quilogramas do corpo do indivíduo, dividido pelo quadrado da sua altura medida em metros. Um valor acima de 30% indica obesidade, classificada em grau I (30-34,9), grau II (35-39,9) e grau III (acima de 40%). Esse último grau geralmente é chamado de obesidade mórbida e representa um altíssimo risco para a saúde.
Os casos de obesidade vêm aumentando ano a ano, no mundo inteiro. No Brasil, segundo o IBGE, em 2009 ela já atingia 12,4% dos homens e 16,9% das mulheres com mais de 20 anos. Nos EUA, onde a obesidadeconstitui verdadeiro flagelo, 1/3 da população está acima do peso normal e estima-se que se o problema continuar crescendo nas proporções atuais, essa taxa atingirá metade da população americana até o ano de 2030.
Quais as consequências da obesidade?
O obeso carrega consigo um peso excessivo e desnecessário e com isso sobrecarrega suas articulações e seu aparelho circulatório, causando-lhes problemas. Encontra-se também mais propenso às doenças cardiovasculares e ao diabetes tipo 2, aos transtornos do sono, ao câncer e à hepatite, entre outros males. Além disso, o obeso tem a sua agilidade diminuída, fatiga-se mais rapidamente e sente mais os efeitos desfavoráveis do calor. Tudo isso, afora os problemas de saúde que acarreta, dificulta-lhe sobremaneira as tarefas do dia-a-dia.
Quais as causas da obesidade?
Fatores genéticos
Há pessoas mais predispostas a engordar que outras e geralmente isso se deve à genética. Filhos de pais obesos têm 80-90% de chance de também serem obesos. Assim, a obesidade tem uma incidência familiar, embora se deva também conceder importância, além da genética, à incorporação pela criança dos hábitos alimentares dos adultos. No entanto, para tornar-se efetiva essa tendência depende também do aporte calórico e, portanto, do estilo alimentar de cada pessoa.
Fatores alimentares
Em nosso meio, alguns alimentos calóricos que contribuem para a deposição de gorduras estão entre os mais apreciados pelas pessoas. A dieta para emagrecer tanto deve visar uma diminuição do alimento ingerido, quanto um balanceamento calórico adequado. Deve ser orientada por um médico ou nutricionista, já que a redução excessiva de alimentos ou de aporte calórico pode resultar em problemas.
Fatores psicológicos
Há fatores estressantes, conflituais e ansiogênicos, que levam as pessoas a comerem demais, acarretando-lhes obesidade. Além disso, há doenças alimentares específicas, como a bulimia, por exemplo, que podem levar à mesma consequência. Embora em geral os deprimidos diminuam seu apetite e percam peso, alguns depressivos reacionais comem excessiva e compulsoriamente e engordam.
Fatores mórbidos
Algumas doenças, geralmente endócrinas, alteram o metabolismo e provocam ganho de peso. Entre elas as disfunções hipotalâmicas, o hipotireoidismo, a síndrome de Cushing, os ovários policísticos e a deficiência dohormônio do crescimento. No entanto, estas doenças são responsáveis por uma pequena porcentagem de casos de obesidade.
Medicações
Entre os efeitos colaterais indesejáveis de algumas medicações conta-se o aumento de peso e a obesidade. É, por exemplo, o caso dos corticoides, dos neurolépticos e de alguns antidepressivos. O médico deve informar ao paciente quais os possíveis efeitos da medicação que receita sobre o seu peso.
Fatores sócioculturais
Ultimamente o consumo de calorias cresceu muito nas sociedades desenvolvidas e o sedentarismo das pessoas aumentou na mesma proporção, ou ainda mais. Isso responde em parte pelo aumento recente daobesidade. Além disso, muitas sociedades estimulam hábitos alimentares favorecedores da obesidade, em maior ou menor grau, e algumas criam e mantêm hábitos que levam os indivíduos a se alimentarem além do biologicamente necessário. Outras até mesmo fazem apologia de tal fato.
obesidade nunca é causada por um único fator, mas por uma concorrência de vários deles. Por isso, o tratamento também deve ser multifatorial.
Existe tratamento para a obesidade?
Nos casos em que haja uma enfermidade de base, esta deve ser tratada antes de tudo.
O tratamento da obesidade implica em medidas para perder e para conservar o peso no nível desejado. As dietas e os exercícios físicos devem ser priorizados entre os demais recursos. É importante não ficar só no plano de restrições alimentares, que geralmente são desagradáveis e não duram muito. Além da diminuição da ingestão de alimentos, uma verdadeira reeducação alimentar é fundamental para que após incorporada passe a ser seguida com naturalidade.
Os medicamentos para emagrecer devem ser evitados, mas podem ser usados, se necessário, com estrita indicação e supervisão médicas. Nesses casos, os pacientes devem ser advertidos dos riscos e dos possíveis efeitos colaterais desses remédios.
Para pessoas com índice de massa corporal (IMC) acima de 40% e que tenham dificuldade de perder peso pode estar indicada a cirurgia bariátrica. Também nesse caso o paciente deve ser informado sobre os possíveis riscos e complicações do procedimento.
Onde haja um problema psicológico de relevância, uma psicoterapia é indicada.
Um profissional de saúde (médico ou nutricionista) deve ser consultado para aconselhar, diante de cada caso específico, quais providências são as mais recomendadas.
ABC.MED.BR, 2011. Obesidade. Conheça mais esta condição.. Disponível em: <http://www.abc.med.br/p/obesidade/235900/obesidade+conheca+mais+esta+condica.htm

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

SÍNDROME METABÓLICA: O IMPACTO NA MODIFICAÇÃO DO ESTILO DE VIDA

Ao longo do tempo, a urbanização trouxe grandes benefícios à população, aumentando a expectativa de vida, a disponibilidade de alimentos e a melhora nos meios de transporte. Porém, esses benefícios acarretaram mudanças no estilo de vida, como o consumo elevado de gorduras, menor grau de atividade física, estresse e tabagismo. Essas mudanças, por sua vez, provocaram elevação da ocorrência de diabetes, hipertensão e obesidade fazendo das doenças cardiovasculares a principal causa de morte no mundo.

A síndrome metabólica é um conjunto de anormalidades que compreende a coexistência variável de obesidade, hipertensão arterial, aumento da quantidade de insulina na corrente sanguínea e elevação das taxas de triglicérides, levando ao aparecimento de doenças cardiovasculares e aumentando o risco de morte em até 2,5 vezes. Esta síndrome chega a ocorrer em mais de 40% dos adultos com mais de 60 anos e não é desprezível o acometimento de adultos entre 20 e 49 anos.

A predisposição genética, a alimentação inadequada e a inatividade física estão entre os principais fatores que contribuem para o surgimento da síndrome, cuja prevenção é um desafio mundial contemporâneo com importante repercussão para a saúde. Destaca-se o aumento da ocorrência da obesidade em todo o Brasil e uma tendência, especialmente preocupante, em crianças em idade escolar, em adolescentes e nas camadas de mais baixa renda. A adoção precoce por toda a população de estilo de vida relacionado à manutenção da saúde, com dieta adequada e prática regular de atividade física, preferencialmente desde a infância, é componente básico da prevenção.

O Brasil tem deficiência de dados nacionais com relação ao consumo alimentar da população, desta maneira, dados do IBGE e da Fundação Getúlio Vargas devem ser interpretados com cuidado. Os estudos indicam que os alimentos e bebidas consumidos fora de casa tendem a ser comparativamente mais ricos em gorduras, açúcares, sal e álcool do que os consumidos nas refeições realizadas em casa.

Em geral, por pessoa, decresce o consumo de alimentos de origem vegetal, incluindo grãos, cereais, raízes, tubérculos e leguminosas, e de alimentos com amido. A produção e consumo de alimentos de origem animal, como carne e laticínios e, por essa razão, proteína animal e gordura, aumentam, bem como a produção e o consumo de óleos vegetais, gorduras, açúcar e, em geral, os alimentos altamente energéticos, processados com gorduras sólidas à temperatura ambiente, como manteiga, margarina, e ainda açúcar e sal. Portanto, a falta de conhecimento e de acesso à alimentação saudável e suas conseqüências permanecem como desafios fundamentais de saúde pública no Brasil.

A alimentação adequada para tentar combater a Síndrome Metabólica deve:

  1. Permitir a manutenção do balanço energético e do peso saudável.
  2. Reduzir a ingestão de calorias sob a forma de gorduras, mudar o consumo de gorduras saturadas para insaturadas, reduzir o consumo de gorduras trans (hidrogenada).
  3. Aumentar a ingestão de frutas, hortaliças, leguminosas e cereais integrais.
  4. Reduzir a ingestão de açúcar livre.
  5. Reduzir a ingestão de sal (sódio) sob todas as formas.

A atividade física é determinante do gasto de calorias, fundamental para o balanço energético e para o controle do peso. A atividade física regular diminui o risco relacionado a cada componente da síndrome e traz benefícios substanciais para outras doenças, como pós-infarto e insuficiência arterial periférica.
Boa alimentação e atividade física regular são investimentos vitais e cruciais. Deve-se reagir contra as mudanças do padrão alimentar para pior, afirmando que a alimentação deve voltar ao tradicional e sem os modismos que a tornam menos saudável. 

Os dados científicos disponíveis permitem concluir que:
É possível a aderência a mudanças no estilo de vida e essas promovem redução na pressão arterial, reduzem o risco cardiovascular e diminuem o risco de outras doenças crônicas, como diabetes, alterações na taxa de gorduras sanguíneas e osteoporose.

As medidas de prevenção devem ser implantadas para todas as faixas etárias, incluindo crianças, visando adequação à melhor alimentação e atividade física.

Dr. Antonio Matttos - antmattos@gmail.com - Coordenador de Estudos - Divisão de Epidemilogia Translacional/Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia
Dra. Cláudia Stéfani Marcílio
Dra. Luci Uzelin
Dr Álvaro Avezum


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

CINESIOALONGAMENTO: O ALONGAMENTO PROPRIOCEPTIVO/RESISTIDO


A partir da década de 90, houve um aumento significativo de produções científicas que comprovassem os benefícios dos exercícios resistidos (glicolíticos) sobre as populações especiais, onde se enquadram os idosos, diabéticos, hipertensos e obesos. Já que a referência de exercício para esta população seria a aplicação de exercícios aeróbios (oxidativos), poucas eram as metodologias que direcionavam seus focos para o exercício resistido, ou musculação propriamente dita.

Aproveitando estes referenciais científicos, foi moldado o MÉTODO STS (Strength Training Strategies) de MUSCULAÇÃO TERAPÊUTICA. Onde o STS é a abreviação da aplicação de “estratégias para a aplicação de treinamentos e tratamentos de força”, já que o termo “Strength Training” era, e ainda o é, encontrado em grande número de artigos científicos relativos ao exercício resistido.  E o CINESIOALONGAMENTO se constitui em uma sessão alternativa dentro de um tratamento com Musculação Terapêutica, que também pode ser utilizada fora deste tratamento, em sessões particulares.

O que o Método STS de Musculação Terapêutica possui como fundamento e estratégia, é a aplicação de 05 (cinco) pilares neurofisiológicos, que foram discutidos exaustivamente, ao longo de 10 anos (de 1989 a 1999) pela equipe de profissionais do Centro Brasileiro de Fisioterapia (CEBRAF), para que atingisse o formato atual. Os fundamentos são:

1. Execução de movimentos funcionais;
2. Controle contínuo da freqüência cardíaca;
3. Comando verbal;
4. Estímulo óculo-motor;
5. Estímulo pelo toque.

A Metodologia STS pode ser aplicada de forma completa, ou em partes. Como exemplo de execução completa, é a atuação do profissional de educação física em aplicação de sessão de Personal Training, ou de um fisioterapeuta na aplicação da cinesioterapia contra-resistida de uma sessão de fisioterapia. O mesmo profissional da fisioterapia pode aplicar padrões de movimento com os fundamentos do STS, sem caracterizar uma sessão com todos os fundamentos.
Da mesma forma, em uma sessão de aula de grupo, em academia ou em empresas, o profissional de educação física pode aplicar muitos fundamentos do STS, como em uma sessão circuito.

O que caracteriza principalmente o método é que o mesmo se vale da monitorização contínua da freqüência cardíaca enquanto o paciente realiza os padrões funcionais de exercício, não permitindo que a mesma fique abaixo ou acima da faixa de treinamento, ou tratamento.

A ênfase do Método STS de Musculação Terapêutica consiste em permitir que indivíduos sedentários, ou clinicamente sedentários, obtenham um perfil de trofismo muscular de aspecto funcional. Assim, como os mesmos encontram-se com uma capacidade de trofismo e força abaixo do normal, o método procura somente normalizá-los, ou prepará-los para um trabalho físico mais específico, como uma determinada modalidade esportiva.

Em função deste aspecto, não costumamos dizer que a musculação com esta característica promova a hipertrofia muscular, e sim desenvolva o trofismo funcional. Pois, a partir do momento que o indivíduo passar a possuir um grau de força e de trofismo normais, ele possuirá condições de ingressar em treinamento físico específico com ênfase à hipertrofia propriamente dita.

Como não entendemos o Método STS como fisiculturismo, não lhe impomos o crivo de técnicas desta modalidade. Pois o público alvo da Musculação Terapêutica possui um padrão diferenciado e é de uma quantidade muito maior que a população que busca  o fisiculturismo. Além de tudo, a busca principal do público que necessita da Musculação Terapêutica, é por qualidade de vida.