segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Homens têm níveis de testosterona cada vez mais baixos

Os homens de hoje são menos "machos" do que seus pais ou avós. Pelo menos se depender da quantidade de testosterona, o hormônio masculino.
Nas últimas duas décadas, os níveis desse hormônio caíram bastante, segundo alguns estudos. Um deles, feito com mais de 1.500 homens entre 1987 e 2004, constatou que os machos de hoje têm 22% menos testosterona do que os de duas décadas atrás.
Segundo os pesquisadores, do New England Research Institutes, nos EUA, o declínio dos índices não está relacionado com a idade dos participantes da pesquisa é normal que os mais velhos tenham níveis mais baixos do hormônio. A queda foi generalizada e, para eles, deve-se a mudanças no estilo de vida e fatores ambientais, como estresse e tabagismo.
O trabalho foi publicado na revista "The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism".
Para Ricardo Meirelles, endocrinologista e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, o achado do estudo é consenso entre os médicos. Uma das principais razões, segundo ele, é o aumento no número de obesos.
"A obesidade causa queda nos níveis de testosterona e isso favorece o acúmulo de gordura. É um círculo vicioso perverso: menos hormônio aumenta a formação de gordura e inibe a quebra", diz. O excesso de gordura também pode fazer com que o hormônio testosterona seja transformado em estrogênio, hormônio feminino.
De acordo com a endocrinologista Elaine Maria Frade Costa, do Hospital das Clínicas de SP, outros fatores da vida moderna também influenciam.
"Poluidores ambientais e a ingestão de substâncias estrogênicas --pesticidas, componentes do plástico, soja-- podem inibir a liberação do hormônio", afirma.
As consequências são diminuição de libido, disfunção sexual, perda óssea, anemia e alterações no humor.
O quadro nem sempre precisa ser tratado. Mas, se a quantidade de hormônio masculino for abaixo da normalidade, vira doença: o hipogonadismo.
Um exame de sangue simples detecta o problema. Se a causa for excesso de peso, muitas vezes só o emagrecimento é suficiente para normalizar os níveis de testosterona. Se não, há tratamentos com reposição hormonal.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

SÍNDROME PLURIMETABÓLICA



Conhecida também como metabólica, dismetabólica ou síndrome X, é um conjunto de sinais clínicos e/ou laboratoriais, acompanhados ou não de sintomas decorrentes de anormalidades metabólicas. De acordo com um protocolo apresentado e adotado pelo Programa Nacional de Educação em Colesterol (The National Cholesterol Education Program), dos EUA, ela está presente quando o indivíduo possui pelo menos três dos seguintes fatores:
  • Circunferência abdominal acima de 88cm para mulheres e 102 cm para homens;
  • Elevação da concentração de triglicerídeos (acima ou igual a 150mg/dL);
  • Diminuição dos níveis de HDL, bom colesterol (menor de 40 para homens e de 50 para mulheres);
  • Elevação da concentração plasmática de glicose em jejum (acima ou igual a 110 mg/dL);
  • Elevação da pressão arterial (acima ou igual a 130/85mmHg).

O distúrbio aparece por uma resistência do próprio corpo ao hormônio insulina. Os maus hábitos alimentares e a falta de exercícios físicos influenciam na síndrome. Quando há acúmulo de gordura no abdome, a insulina produzida pelo pâncreas encontra resistência para levar a glicose para dentro das células. Dessa forma, ocorre uma maior produção e liberação de hormônio, que fica circulando pelo corpo.
Como riscos para a saúde podemos destacar que o pâncreas devido à alta produção de insulina, causa a diabetes tipo 2. 

Além disso, vários órgão podem ser afetados. No fígado a resistência a essas substâncias favorece a dislipidemia, aumento do LDL (colesterol ruim) e a diminuição do HDL (colesterol bom). No rim há uma maior absorção de sódio, elevando a pressão arterial. O coração fica mais suscetível a sofrer de anginas leves até infarto agudo. Está síndrome está relacionada ainda, a tumores malignos (câncer de cólon, de mama e de prótata), doença neurodegenerativas (como mal de Alzheimer), acidente vascular cerebral, osteoartrite (desgaste ósteo-articular) e nas mulheres, alterações de fecundidade, devido à associação de vários policísticos.

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em pacientes com Síndrome Metabólica. É a obesidade o importante fator para o aparecimento desta. Quem apresenta índice de massa corporal (IMC) superior a 25 possui o dobro de chance de ter o problema.

A origem genética influência na ocorrência de obesidade, de diabetes tipo 2 e de hipertensão arterial. A síndrome dessa forma é associada a múltiplos genes e às relações que surgem quando eles se interagem. Os maus hábitos alimentares e a falta de atividade física influenciam diretamente para o aparecimento da síndrome, onde esses fatores afetam a resposta do organismo à insulina, determinando a resistência à sua ação, e aí o distúrbio se instaura.

A anomalia é um mal silencioso que precisa ser detectado o quanto antes. Os homens que possuem pré-disposição a ter barrigas são as maiores vítimas. Aparecem em adultos, mas podem ser detectados em crianças e adolescentes.

A forma mais eficiente de combate é a prevenção. Mesmo quando as alterações ou complicações aparecerem, a mudança no estilo de vida torna-se fundamental. No entanto, muitas vezes existe a necessidade do uso de medicamento, e em casos extremos a realização da cirurgia bariátrica (de redução do estômago) ou cardíaca, quando o coração já foi afetado. Ao eliminar o excesso de peso, extermina-se a síndrome metabólica.

sábado, 13 de agosto de 2011

AERÓBIOS: ANTES OU DEPOIS DA MUSCULAÇÃO?


Uma das dúvidas ainda comum entre os freqüentadores de academia de ginástica ou mesmo de quem vai procurar um treinamento personalizado é com relação ao confronto das atividades aeróbias com a musculação. O que fazer primeiro? Depois da musculação prejudica o trabalho de hipertrofia? Antes serve de aquecimento? E se não fizer? E para emagrecimento o que faço primeiro.

Em primeiro lugar é preciso estabelecer qual é o objetivo do cliente. Se for emagrecimento as duas atividades são bem vindas em qualquer ordem porque o valor nessa questão é o balanço calórico negativo. Ou seja, a ordem é queimar calorias. É preciso ainda lembrar que a própria musculação por si só também emagrece contribuindo não só com a diminuição do percentual de gordura como também o aumento da massa muscular e a explicação é simples.

Os anaeróbios como a musculação, emagrecem na mesma proporção. A diferença é que na hora do exercício o corpo utiliza o glicogênio muscular como principal fonte de energia. Depois tem que repor e vai buscar nas gorduras proporcionando o emagrecimento. O Dr. José Maria Santarém cita: "os exercícios anaeróbios propiciam emagrecimento no período pós-exercícios, quando toda atividade metabólica de síntese protéica e glicídica ocorre às custas de energia aeróbia proveniente, na sua maior parte, dos ácidos graxos do tecido adiposo".

Outro fato é que o aumento da massa muscular acelera o metabolismo basal fazendo a longo prazo o corpo gastar mais energia parado. Os fisiculturistas têm um percentual de gordura tão baixo quanto os atletas de resistência. Portanto, para emagrecer, tanto faz o cliente ir para a esteira ou bicicleta ergométrica antes, depois da musculação ou mesmo dividir aeróbio antes e depois.

Agora, quando o objetivo for musculação visando hipertrofia ou desenvolvimento da força, o questionamento pode mudar. Vai depender muito da intensidade e duração da atividade aeróbia antes ou após a musculação. As pesquisas mostram resultados, até benéficos, quando essa atividade não passa de 20 minutos com uma intensidade baixa, 40 a 60% da Freqüência Cardíaca Máxima. Uma intensidade mais alta ou duração maior, a solicitação motora pode ser contraditória ao desenvolvimento da força ocorrendo o que se conhece em Fisiologia por catabolismo. Existem trabalhos comparando atividade aeróbia de 20 com 40 minutos sendo favorável à primeira hipótese.

Veja as conclusões de estudos de treinamento simultâneo citadas por Fleck, 99:
1) A força muscular pode ser comprometida, especialmente em ações musculares de alta velocidade, pela execução de treinamento de endurance de alta intensidade.
2) A potência muscular pode ser comprometida pela execução simultânea de treinamento de força e de endurance.
3) O desempenho anaeróbio pode ser negativamente afetado pelo treinamento de endurance de alta intensidade.
4) O consumo máximo de oxigênio não é comprometido pela ação simultânea de treinamento de força e endurance.
5) A endurance não é afetada negativamente pelo treinamento simultâneo.
Isoladamente esses dois tipos de treinamentos podem ser benéficos e complementares, haja vista o perfil dos triatletas da atualidade, muito mais fortes e mais rápidos com treinamento fortes de musculação e endurance.

Outro fato a ser levado em conta quanto por onde começar é a prioridade. Se o cliente gosta ou precisa mais da musculação, a seção deve começar por ela podendo inclusive o aquecimento ser feito com exercícios envolvendo várias articulações e grandes grupos musculares com cargas mais leves. Caso o objetivo seja emagrecimento a endurance pode vir primeiro.

Leverit et al, 1999, citado por Paulo Gentil na Internet concluiu em seus estudos que os iniciantes parecem sofrer menos com as possíveis variações negativas do treinamento combinado do que pessoas treinadas. Já Bell et al, 1997 deduziu que se comparados adeptos de endurance com os de musculação, o primeiro obtêm melhores resultados.

De qualquer forma, parece que o ponto onde a maioria dos estudos concorda é o volume total do treinamento. Quanto maior ou mais intenso, mais possibilidades de prejuízos levando-nos a concluir que não é nenhum crime prescrever os dois treinamentos conjugados. Mais uma vez vale o conhecimento, experiência aliados ao bom senso.