sábado, 29 de setembro de 2012

SÍNDROME METABOLICA


A síndrome metabólica é o resultado de um processo que pode ser gerado pela obesidade. Você já deve ter ouvido falar que uma pessoa que tenha uma barriga saliente ou cintura com circunferência acima de "tantos" centímetros pode ter um risco maior de infarto ou outros problemas de saúde.
E realmente isto pode ocorrer.
Pessoas que apresentam três ou mais dos fatores relacionados abaixo, podem ser consideradas como portadores de síndrome metabólica:

  • Obesidade abdominal, medida ao nível médio do abdômem: cintura > 102 cm em homens e > 88 cm em mulheres;
  • Hipertrigliceridemia: > 150 mg/dL
  • HDL colesterol: < 40 mg/dL em homens e < 50 mg/dL em mulheres;
  • Hipertensão arterial sistêmica: > 130/85 mmHg;
  • Glicemia de jejum: > 110 mg/dL (recentemente, a Associação Americana de Diabetes sugeriu que os valores de normalidade para glicemia de jejum fossem reduzidos para, no máximo, 99 mg/dL, sendo possível que esse critério seja adotado também para síndrome metabólica em um próximo consenso da ATP III).

A síndrome metabólica atinge aproximadamente de 50% das pessoas com mais de 60 anos, 85% dos diabéticos e 40% a 50% dos cardíacos.

O QUE A SÍNDROME PODE CAUSAR?
Os ácidos graxos presentes na adiposidade da barriga se transformam em triglicérides. Estes reagem com o HDL-c (bom colesterol), fragmentando suas moléculas e perdendo o seu poder de proteção cardiovascular. Os triglicérides potencializam o perigo do LDL-c (mau colesterol) ajudando na formação da aterosclerose, que são placas de gordura que entopem as artérias e podem levar ao infarto ou à morte cardíaca.
O fígado também é atingido pela grande quantidade de ácidos graxos na circulação, prejudicando a atuação de insulina, podendo levar ao diabetes. Neste processo pode haver um aumento da insulina, elevação da pressão arterial e até um AVC (acidente vascular cerebral).
Uma forma de combater o problema ou mesmo de evitá-lo é mudar o estilo de vida, fazendo dieta e exercícios físicos regularmente.
Insista nos exercícios fazendo:
  • Exercícios aeróbios (caminhadas, bicicleta, natação, hidroginástica etc...) de 5x a 6x por semana por 30 minutos;
  • Exercícios com pesos 3x por semana e
  • Alongamentos antes e depois dos exercícios.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O EXERCÍCIO FÍSICO FAZ PARTE DO TRATAMENTO DA ESTEATOSE HEPÁTICA, SEGUNDO NÚCLEO DO FÍGADO DO HSL


Publicado no dia 06/02/2010 com o(s) assunto(s) Doenças Hepáticas, Fisiologia do Exercício Clínico, Lípides, Prescrição de Exercícios
Por Prof. Wagner Silva Dantas

O núcleo do fígado do Hospital Sírio Libanês, de São Paulo, coloca que o exercício físico faz parte da conduta terapêutica no tratamento da Esteatose Hepática. Mais uma vez o papel do profissional de Educação Física é de extrema importância na equipe multidisciplinar com enfoque clínico.

O que é “Esteatose Hepática”?
Esteatose Hepática é um acúmulo de gordura nas células do fígado, também chamada de Infiltração gordurosa do fígado ou Doença gordurosa do fígado. Ela pode ser dividida em Doença gordurosa alcoólica do fígado (quando há abuso de bebida alcoólica) ou Doença gordurosa não-alcoólica do fígado, quando não existe história de ingestão de álcool significativa.

Qual a causa da Esteatose Hepática?
A esteatose pode ter várias causas:
- Abuso de álcool;
- Hepatites virais;
- Diabetes;
- Sobrepeso ou Obesidade;
- Alterações dos lípides, como Colesterol ou Triglicérides elevados;
- Drogas, como os corticóides e secundário a algumas cirurgias para obesidade.
- Mais ou menos 1 de cada 5 pessoas com sobrepeso desenvolvem esteato hepatite não alcoólica.

Como a Esteatose Hepática é identificada?
O paciente pode apresentar alterações em exames de sangue relativos ao fígado (a Esteatose Hepática é a causa mais comum de elevação das enzimas do fígado em exames de sangue de rotina), aumento do fígado detectado ao exame físico realizado pelo médico, ou ainda por métodos de imagem, como a ultrasonografia de abdomen, tomografia ou ressonância magnética. A Esteatose também pode ser suspeitada quando o paciente apresenta obesidade central (aumento do diâmetro da cintura em relação ao quadril).

A Esteatose Hepática pode evoluir para uma doença grave?

É um achado comum nos pacientes com sobrepeso,obesos ou diabéticos. Em parte desses pacientes uma inflamação das células hepáticas associada à esteatose pode estar presente, lembrando a hepatite alcoólica, e que é chamada de “Esteatohepatite”. A Esteatohepatite não alcoólica, se não controlada, tem o potencial de evoluir para a Cirrose Hepática em alguns pacientes. O paciente deve fazer exames para que seja avaliado o risco de progressão da doença.



A Esteatose Hepática pode ser tratada?
É importante saber que a Esteatose Hepática e Esteatohepatite são doenças reversíveis. O manejo da esteatose requer a Identificação e possível tratamento específico da causa da infiltração gordurosa, bem como uma avaliação e orientação multidisciplinar, com acompanhamento médico e uso de medicamentos em casos especiais, acompanhamento nutricional e atividade física programada.

Crianças podem apresentar Esteatose Hepática?
Sim, nos primeiros anos de vida é causada principalmente por algumas doenças metabólicas. Já nas crianças maiores e adolescentes as causas são semelhantes aos adultos. O tratamento na infância é de fundamental importância para prevenir danos irreversíveis nos adultos, alem da conscientização da criança para hábitos de vida saudáveis.

domingo, 16 de setembro de 2012

Da Caminhada para Corrida - Prof. José Rubens D'Elia

Olá amigos,


Estava eu, navegando pelo site do GLOBO ESPORTE, quando achei a sessão chamada FÔLEGO do José Rubens D'Elia, comentarista das modalidades de fôlego do SporTV, maratona, triatlon, ciclismo, e achei 4 planilhas com o seguinte titulo: "Da Caminhada para Corrida".

Como são 4 semanas, ele dividiu em 4 paginas, e eu resumi nesse quadro.
A sugestão de musculação eu que coloquei, que também pode ser de treinamento funcional.

Bom, só nós resta testar né???

Abraços.


SEGUNDA
TERÇA
QUARTA
QUINTA
SEXTA
SABADO
DOMINGO
1ª SEMANA
30´CA
MUSCULAÇÃO
10´CA
10x(2´RL + 2´CA)
10´CA
MUSCULAÇÃO
MUSCULAÇÃO
45´CA
OFF
2ª SEMANA
30´CA
MUSCULAÇÃO
10´CA
8x(2´RL + 1´CA)
10´CA
MUSCULAÇÃO
MUSCULAÇÃO
45´CA
OFF
3ª SEMANA
40´CA
MUSCULAÇÃO
10´CA
5x(3´RM + 2´RL)
10´RL
MUSCULAÇÃO
MUSCULAÇÃO
50´RL
OFF
4ª SEMANA
40´CA
MUSCULAÇÃO
10´CA
8x(2´RM + 2´RL)
10´RL
MUSCULAÇÃO
MUSCULAÇÃO
50´RL
OFF

:: Legenda
Intensidade e frequência cardíaca
CA = Caminhada em ritmo levemente acelerado
RL = corrida em ritmo leve (55%-65% FC Máx)
RM = corrida em ritmo moderado (65%-75% FC Máx)

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

WORKSHOP EM QUICK MASSAGE

A Quick Massage é uma massagem dinâmica, rápida e eficiente que utiliza diversos recursos das massagens orientais, atuando diretamente no ponto de dores, estresse, dores musculares e no cansaço físico e mental. Esta técnica ocorre em uma cadeira projetada especialmente para garantir um alívio das tensões do dia a dia. A última grande descoberta é que esta metodologia de tratamento, associada aos funcionários, está diretamente atrelada aos negócios da empresa, sendo este tratada como objeto corporativo.

OBJETIVOS
Nosso workshop tem um caráter mais pratico, ou seja, você aprende de maneira mais direta a utilizar os diversos recursos manuais e técnicas de tratamento no tempo de 15 minutos, sendo eficaz em seu procedimento, além de estar apto a:
- Conhecer os efeitos fisiológicos da massagem;
- Saber as indicações do método;
- Aplicar as técnicas manuais da massagem.

PÚBLICO ALVO
Pessoas com interesse em ingressar na prática da massagem, estudantes e profissionais na area de Estética e Massagens Corporais.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. Introdução
2. Vantagens
3. A Cadeira
5. Postura do Terapeuta
6. Efeitos da Massagem
7. Componentes da Massagem
8. Movimentos Utilizados
9. Sequencia da Massagem
10. Finalização da Massagem

Data: 06/10/2012
Horário: 09h - 18h
Carga horária: 08 horas
Vagas: 08
Investimento: Até 04/10 - R$ 150,00
                         Após 04/10 - R$ 180,00

Local: Clínica Fisio Health – Fisioterapia e Pilates
Endereço: Rua José Celso Cláudio, 571 - Jardim Camburi
Ministrante: Maxwell Gurgel (Fisioterapeuta)
Maiores Informações: (27) 9993.4433 / 8121.4711 / 9233.5302
E-mail: quickmassagevitoria@gmail.com

domingo, 9 de setembro de 2012

Fisioterapia x Educação Física. Qual o limite de atuação de cada um?


Vamos à polêmica. Um dos temas que me parecem pouco claros, ou ao menos, compreendidos pela maior parte dos profissionais destas duas áreas, é a até onde vai a atuação de um profissional e onde começa a do outro. Não acho que as respostas às quais poderemos chegar ao fim deste texto serão totalmente aceitas, e nem esse é o objetivo final. Em primeiro lugar, acho que teremos algum esclarecimento. Em segundo lugar, poderemos iniciar uma saudável discussão que poderá ajudar a todos (a mim inclusive) entender melhor quais os papéis de cada um desses profissionais.

Devo dizer que tenho formação dupla, tanto em Fisio, como em Educação Física. Porém, profissionalmente sempre fui mais envolvido com a Fisioterapia. Antes de poder ser cogitada qualquer especulação de que poderia ser tendencioso nesse texto, devo dizer que acho o profissional de Educação Física fundamental em inúmeros aspectos da saúde das pessoas. Em especial, em relação ao desenvolvimento físico e moral de crianças e jovens em crescimento, que encontram na educação física não somente uma importante disciplina escolar para sua evolução como indivíduo e cidadão, mas também um dos principais espaços onde podem se manifestar com espontaneidade na escola, em oposição ao ambiente freqüentemente restritivo das salas de aula.

Ninguém discute o papel do educador físico na educação escolar. Esse realmente não é o espaço do fisioterapeuta. Porém, quando falamos de temas como reabilitação, prevenção de lesões e correção de padrões motores as discordâncias entre quais são os papéis podem começar a surgir. E não paramos aí. Quem pode (ou deve) ser o profissional que realiza a reeducação postural, ou orienta exercícios de fortalecimento e alongamento para pessoas com dores nas costas ou que queiram prevenir essas dores? Quem acompanha mulheres grávidas orientando um programa de exercícios que visa tornar mais confortável o período de gravidez, e mais facilitado o parto? Numa reabilitação após cirurgia de joelho, qual o momento em que o fisioterapeuta passa o papel de supervisionar determinado paciente para o educador físico (se é que faz, pode ou deve fazer isso)? E assim por diante.

I - Definições
Pois bem, fui buscar a definição das profissões. No site do Conselho Regional de Fisioterapia (www.crefito.com.br), na barra localizada ao lado esquerdo da tela, ítem Fisioterapia, sub-ítem definição, encontramos um arquivo pdf onde há uma definição escrita da fisioterapia, seus objetivos, atribuições do fisioterapeuta, e etc. Não pretendo transcrever o texto por inteiro, mas acredito que alguns pontos fundamentais devem ser mencionados:
Objeto de estudos: movimento humano, normal ou patológico, e suas repercussões psíquicas e orgânicas.
Objetivo: preservar, manter, desenvolver ou restaurar a integridade de órgãos, sistema ou função, visando a melhoria da qualidade de vida.
Recursos: recursos termoterápicos, eletroterápicos, cinésio-mecanoterápicos e outros.
Papel do fisioterapeuta: constrói diagnósticos de distúrbios cinético-funcionais e prescreve e aplica a conduta fisioterapêutica.

Para encontrar a resposta à pergunta “O que é educação física” fui diretamente no google e fiz essa pergunta. O 5º link apresentado na primeira página me levou a um texto do Professor Valdir Barbanti da Escola de Educação Física (e Esporte) da USP, onde encontrei algumas das respostas que procurava e que poderão nos ajudar no embasamento de nossa discussão.

Logo no início da leitura, encontrei o ponto que talvez seja fundamental na diferenciação da Educação Física em relação à Fisioterapia e a outras profissões que podem ter como objeto de estudo o movimento humano. Esse ponto é o conceito de que a Educação Física se interessa pelo movimento humano e sua relação com o desenvolvimento mental, social e emocional dos indivíduos.

Um pouco mais à frente, o autor apresenta uma definição atual de Educação Física, que seria “...um processo educacional que usa o movimento como um meio de ajudar as pessoas a adquirir habilidades, condicionamento, conhecimento e atitudes que contribuem para seu ótimo desenvolvimento e bem estar”.

Acredito que já temos alguns conceitos para desenvolver nossa discussão.
Pois bem, enquanto a Fisioterapia se preocupa com o movimento normal e patológico, e suas repercussões, a Educação Física se preocupa com o movimento e sua relação com o desenvolvimento dos indivíduos. 

A Fisioterapia busca melhorar a qualidade de vida, com o uso de recursos próprios dela (termoterápicos, cinésio-mecanoterápicos, e outros -  ver acima), ao preservar, manter, desenvolver ou restaurar a integridade de sistema, órgão ou função, enquanto a Educação Física é um processo educacional, que usa o movimento para dar as pessoas competências para se desenvolverem e se sentirem bem. Ou seja, ambos visam a qualidade de vida, mas enquanto a Fisioterapia se foca primariamente em alcançar ou preservar a integridade (de órgão, função, etc), a Educação Física é um processo educacional preocupado com o desenvolvimento de competências.

Enquanto um busca restaurar ou manter a integridade de órgãos ou funções, o outro se preocupa com o desenvolvimento de competências (físicas e outras). Dito de outra maneira, e enfocando somente a questão física e motora: enquanto um (fisio) busca restaurar ou manter a capacidade do corpo, o outro (educação física) procura desenvolvê-la. Essa é a leitura que eu faço (e que está sujeita a erros).

II - Na prática, como funcionam?

Acho que no exercício de ambas a profissões é que poderemos ver com maior clareza como cada profissão é exercida, e assim elucidar um pouco sobre os limites de atuação de cada uma.

Imaginemos uma pessoa que venha sofrendo de fortes dores nas costas. É bem provável que ela vá procurar um fisioterapeuta ao invés de um professor de educação física. Porém, caso ela procure um professor, freqüentemente ele estará preparado para lhe dar orientações sobre o que fazer para diminuir ou aliviar a dor, e dependendo da circunstância, orientar atividades que não exacerbam a dor. O fisioterapeuta, no entanto, será o profissional com maior número de recursos para lidar e tratar o problema das dores nas costas.

Numa situação inversa, um jovem adulto quer melhorar seu condicionamento físico. Embora o fisioterapeuta possa lhe orientar sobre o que deve ser feito, em geral é o professor de educação física que sabe como orientar uma maior variedade de objetivos (hipertrofia, força máxima, por exemplo) de maneira mais adequada. Nessa situação, o professor é quem tem mais recursos para lidar com a necessidade de melhoria do condicionamento. Meu raciocínio aqui é: o fisioterapeuta se preocupa com a integridade do corpo, enquanto o educador físico com o desenvolvimento.

Porém, em ambas as situações expostas acima, ambos os profissionais podem saber lidar, dentro de seus limites, com o que lhes foi apresentado. O educador físico pode saber quais exercícios são mais adequados para a pessoa com dores nas costas, ou muitas vezes pode ser capaz de realizar uma avaliação postural adequada e aplicar exercícios corretivos. E, no segundo caso, o fisioterapeuta pode também saber elaborar um programa de exercícios que ajude o jovem a alcançar o condicionamento físico que deseja, especialmente caso ele esteja debilitado ou querendo se prevenir contra alguma lesão. Na minha modesta opinião os limites nem sempre estão claros e o conhecimento de cada profissional é que vai delimitar a atuação. 

Obviamente, cada profissional deve sempre ser capaz de saber e de informar o que ele pode ou não realizar profissionalmente.

III - Enfoque

No texto do Prof. Valdir é possível encontrarmos algumas definições de Educação Física, talvez um pouco mais antigas, que mencionam a relação da profissão com “...grandes músculos...”, ou “...esforços musculares grandes...”. 

Embora talvez o significado originalmente dado a essas definições não seja exatamente o que eu compreendi, vejo que pode, ao menos superficialmente, haver um ponto de distinção entre as duas profissões, Fisioterapia e Educação Física, em relação a como ambas enxergam ou trabalham o corpo.
Pois bem, no curso da Fisioterapia, logo ao seu início temos aulas de uma matéria chamada Cinesiologia, onde estudamos os movimentos articulares, revemos as bases de anatomia (matéria que tivemos anteriormente), e aprendemos o início da palpação de estruturas e pontos anatômicos que usamos como referência na hora de avaliarmos um paciente. 

Já na Educação Física não olhamos com esse detalhe, mas aprendemos na Biomecânica sobre os exercícios e quais músculos são trabalhados, além de sua importância para a saúde. Em alguns casos, ambas as matérias apresentam sobreposição de temas (como a importância dos músculos abdominais), mas em geral a Fisioterapia se preocupa com uma visão mais pormenorizada, enquanto a Educação Física com uma visão mais global. E não estou dizendo que ter uma visão é melhor que a outra, acho que cada área se foca naquilo que é mais importante para atuação de seus profissionais.

Mais à frente nos cursos, enquanto na Fisioterapia aprendemos a avaliar os músculos de forma específica, músculo a músculo, na Educação Física aprende-se sobre a avaliação de sistemas produtores de energia, como glicolítico anaeróbio, glicolítico aeróbio e aeróbio, ou sobre testes de força máxima ou condicionamento geral (número de abdominais em 1 minuto, ou de flexões de braço). Esses testes todos envolvem grandes grupos musculares, ou grupos musculares agindo em conjunto. Enquanto o Fisioterapeuta avalia os músculos individualmente, o Educador os avalia em conjunto. Enquanto o Educador Físico busca aprimorar a performance (e não estou falando de performance esportiva ou alto rendimento necessariamente, mas sim a característica sendo avaliada é a aptidão), o Fisioterapeuta está buscando a performance adequada.

A mim, parece que a Fisioterapia se foca na estrutura do indivíduo para levar à integridade da função do corpo, enquanto a Educação Física se foca no condicionamento geral para uma melhora da função. Ainda assim, ambas as profissões se preocupam com o indivíduo como um todo. Na Educação Física, além de aspectos motores relacionados aos indivíduos, existem testes psico-sociais, muitas vezes aplicados às crianças em desenvolvimento. Isso é totalmente justificado, pois como mencionado, a Educação Física se foca na relação entre movimento e desenvolvimento, incluindo o desenvolvimento mental dos indivíduos. Na Fisioterapia, temos uma série de disciplinas de psicologia, incluindo psicologia do desenvolvimento, pois embora o foco talvez seja a melhoria da função, o indivíduo deve ser sempre considerado por completo.

IV - Cursos de Aprimoramento Profissional

Continuando, outra observação é em relação às próprias pós-graduações ou cursos de técnicas específicas aos quais os profissionais podem se dedicar após formados (algumas vezes mesmo antes de formados). No lado da Educação Física temos treinamento funcional, musculação e condicionamento físico, Gyrotonic, Pilates. No lado da Fisioterapia temos técnicas de reposicionamento articular, RPG, Pilates, e quando há treinamento de força, em geral a ênfase é em idosos. Há alguma sobreposição? Sim, Pilates por exemplo, ou treinamento de força, embora a ênfase seja dirigida. No entanto, as opções se dirigem em diferentes direções. Enquanto a Fisioterapia, pelo RPG ou pelas técnicas articulares tende a ir mais em direção a processos ou situações específicas, a Educação Física se dirige mais para a área da saúde global.

V - Exemplos práticos

A.   Reabilitação pós-cirurgia de joelho - Inicialmente, nos primeiros meses, pouca discussão, imagino eu, de que seja o fisioterapeuta o profissional responsável pelo paciente. Ele conhece o processo de recuperação e as técnicas que devem ser aplicadas em cada momento. Após essa fase, pode se iniciar uma fase de condicionamento físico mais intenso, onde já existe maior proteção do joelho. E então, qual o profissional adequado? Minha resposta, aquele que souber o que está fazendo. Geralmente, acho que enquanto não houver alta médica, o fisioterapeuta é o principal profissional a orientar o paciente. Após a alta médica, quando se considera que a recuperação foi bem sucedida, creio que o ideal seja o professor.

B.    Reeducação postural ou tratamento de dores nas costas - Se falarmos em dores nas costas, o fisioterapeuta é o principal profissional a ser procurado. Ele dispõe das avaliações e recursos específicos para a correção daquilo que esteja causando a dor. O educador pode conhecer muitos recursos também, e pode tratar dores e fazer reeducação postural na minha opinião, mas o fisioterapeuta tem acesso a um maior número de recursos nesse sentido. Acredito, porém, que numa situação o professor se sobressaia em relação ao fisioterapeuta. Na escola de coluna ou nos grupos de exercícios para dores nas costas. Creio que o Educador é mais treinado em lidar com grupos, enquanto o fisioterapeuta em geral está acostumado com atendimento individualizado.

C.    Acompanhamento de gestantes - Ambos. Acho que é necessário ter o conhecimento de todo o processo gestativo, e isso não é uma coisa que nenhuma das profissões enfatiza na formação universitária, sendo algo que os profissionais devem ir buscar após sua formação. Conhecer os músculos que tendem a causar dores, trabalhar os músculos de sustentação da maneira adequada, orientar em relação às posições de dormir e sentar são todas as atividades que ambos os profissionais podem realizar.

D.   Condicionamento Físico - Ambos, dependendo do ponto de vista. Se você fala em aprimoramento das aptidões (força, resistência, potência, etc), creio que o Educador Físico seja o mais apropriado. Sua formação de base é voltada nesse sentido. Se você fala em ter um condicionamento básico ou bem estar para suas atividades do dia-a-dia, acho que ambos. Um ponto para o fisioterapeuta é que ele dispõe de recursos como massagens e alongamentos específicos que nem sempre são de conhecimento dos educadores (embora nada impeça que possam saber também).

E.    Correção de movimentos - Ambos, de diferentes formas. Os educadores físicos podem corrigir padrões de movimento em jovens, ao analisar características de como realizam esses movimentos e compará-las com os padrões de cada faixa etária. Em adultos, podem corrigir os gestos de seus alunos quando acharem que há a necessidade, viando diminuir a sobrecarga de uma articulação, por exemplo. Os fisioterapeutas corrigem padrões também, em geral buscando pelos padrões de alinhamento ou desalinhamento articular, ou posicionamento inadequado durante sua realização. Existe ainda a análise biomecânica do movimento, onde através de métodos com câmeras e outros recursos, consegue-se quantificar a qualidade e quantidade de movimento num determinado gesto, e pode se analisá-la de forma mais específica. Em relação à análise de movimento, acho que ambos, dependendo da situação e do preparo de cada profissional.

F.    Esporte - Fisioterapeuta trabalha na fisioterapia esportiva, podendo também atuar na correção do gesto esportivo de um atleta, visando a prevenção de lesões e aprimoramento da performance. Educador Físico pode trabalhar como preparador físico, como treinador, preparador de jovens atletas, e diversas outras funções.

E vocês, leitores, o que pensam sobre os limites de atuação deses profissionais?

Retirado do site:
http://optimizese.blogspot.com.br/2012/02/fisioterapia-x-educacao-fisica-qual-o.html

domingo, 2 de setembro de 2012

Fisioterapia em praticantes de atividade física


Muito se fala de lesões em atletas de alto nível como em jogadores de futebol, porém aquelas pessoas que praticam algum tipo de atividade física aos sábados e domingos, os chamados atletas de fim de semana, estão mais susceptíveis a lesões. Isso se explica porque os atletas de final de semana dificilmente estão preparados para a realização de atividades que requerem alta performance e geralmente não estão bem condicionados fisicamente para isso.

Além disso, a falta de orientação sobre a intensidade das atividades, bem como a realização inadequada e sem supervisão dos exercícios de alongamento e fortalecimento é determinante para o aparecimento de dores em geral e até lesões mais graves. 

Para os atletas de fim de semana a fisioterapia atua tanto de forma preventiva, com orientações e intervenções através de exercícios de alongamento, fortalecimento muscular específico a prática esportiva, propriocepção e pliometria, quanto naqueles casos em que a lesão já está instalada, proporcionando assim uma atividade segura e com riscos mínimos à saúde.


O principal objetivo do fisioterapeuta nesses casos é prevenir o aparecimento da lesão e, quando já instalada, recuperá-la sempre levando em conta o hábito e a prática esportiva desenvolvida pela pessoa. Entre as lesões mais comuns estão luxações, tendinites, contusões, entorses, distensões e lesões musculares, rupturas de tendão e ligamento e fraturas. 

Além disso, é importante que se faça uma avaliação fisioterapêutica com intuito de observar possíveis desequilíbrios musculares, instabilidades articulares, déficit de equilíbrio e postura que podem interferir diretamente na performance e saúde do atleta de final de semana.

Dr. Fábio Chittero Boldrini