sexta-feira, 29 de julho de 2011

O QUE É MUSCULAÇÃO TERAPÊUTICA

A partir da década de 90, houve um aumento significativo de produções científicas que comprovassem os benefícios dos exercícios resistidos (glicolíticos) sobre as populações especiais, onde se enquadram os idosos, diabéticos, hipertensos e obesos. Já que a referência de exercício para esta população seria a aplicação de exercícios aeróbios (oxidativos), poucas eram as metodologias que direcionavam seus focos para o exercício resistido, ou musculação propriamente dita.

Aproveitando estes referenciais científicos, foi moldado o Método STS (Strength Training Strategies) de Musculação Terapêutica. Onde o STS é a abreviação da aplicação de “estratégias para a aplicação de treinamentos e tratamentos de força”, já que o termo “Strength Training” era, e ainda o é, encontrado em grande número de artigos científicos relativos ao exercício resistido.

O que este Método possui como fundamento e estratégia, é a aplicação de 05 (cinco) pilares neurofisiológicos, que foram discutidos exaustivamente, ao longo de 10 anos (de 1989 a 1999) pela equipe de profissionais do Centro Brasileiro de Fisioterapia (CEBRAF), para que atingisse o formato atual. Os fundamentos são:
  1. Execução de movimentos funcionais;
  2. Controle contínuo da freqüência cardíaca;
  3. Comando verbal;
  4. Estímulo óculo-motor;
  5. Estímulo pelo toque
A Metodologia STS pode ser aplicada de forma completa, ou em partes. Como exemplo de execução completa, é a atuação do profissional de educação física em aplicação de sessão de Personal Training, ou de um fisioterapeuta na aplicação da cinesioterapia contra-resistida de uma sessão de fisioterapia. O mesmo profissional da fisioterapia pode aplicar padrões de movimento com os fundamentos do STS, sem caracterizar uma sessão com todos os fundamentos.

Da mesma forma, em uma sessão de aula de grupo, em academia ou em empresas, o profissional de educação física pode aplicar muitos fundamentos do STS, como em uma sessão circuito. O que caracteriza principalmente o método é que o mesmo se vale da monitorização contínua da freqüência cardíaca enquanto o paciente realiza os padrões funcionais de exercício, não permitindo que a mesma fique abaixo ou acima da faixa de treinamento, ou tratamento.

A ênfase do Método STS de Musculação Terapêutica consiste em permitir que indivíduos sedentários, ou clinicamente sedentários, obtenham um perfil de trofismo muscular de aspecto funcional. Assim, como os mesmos encontram-se com uma capacidade de trofismo e força abaixo do normal, o método procura somente normalizá-los, ou prepará-los para um trabalho físico mais específico, como uma determinada modalidade esportiva.

Em função deste aspecto, não costumamos dizer que a musculação com esta característica promova a hipertrofia muscular, e sim desenvolva o trofismo funcional. Pois, a partir do momento que o indivíduo passar a possuir um grau de força e de trofismo normais, ele possuirá condições de ingressar em treinamento físico específico com ênfase à hipertrofia propriamente dita.

Como não entendemos o Método STS como fisiculturismo, não lhe impomos o crivo de técnicas desta modalidade. Pois o público alvo da Musculação Terapêutica possui um padrão diferenciado e é de uma quantidade muito maior que a população que busca o fisiculturismo. Além de tudo, a busca principal do público que necessita da Musculação Terapêutica, é por qualidade de vida.